sexta-feira, 2 de março de 2012

Alice de todos nós

Alice saiu correndo do conto da Danielle e caiu no conto do Guilherme. Por uma semana, ela queria viver de facebook. Ter amigos virtuais, conversas de chat, comentários sucintos sobre tudo e sobre coisa alguma, rodear-se de audiovisual no interior de seu micro-apartamento de 27 metros quadrados e mais um terço. Deixou pra lá as indecisões, as inspirações, as aspirações, deixou pra lá o que não se concluía para tirar muitas conclusões, todas elas via twitter de preferência. Queria ver os vídeos de youtube que adiara por meses, queria tirar a semana para si, seleta em seu tubo com ar condicionado, ao som de Tim Maia 1973.

Após uma semana, saiu correndo do conto do Guilherme e caiu novamente no conto da Danielle, porque queria agora alguma paz, e a sutileza de quem aguenta o descanso, de quem insiste na intimidade. Mas tinha saudades de seu autor anterior. Queria ser de ambos: de Danielle e de Guilherme.

Ficou sabendo, entretanto, que havia a Vivian. Alice quis experimentar um conto da Vivian, como seria? Seria indeciso, seria angustiado, seria lancinante? Saiu correndo novamente do conto da Danielle (o coração apertado), pegou a primeira à esquerda (a primeira à direita daria em Guilherme, e essa vereda ela já conhecia, intencionava novidades, ainda que poucas e dosadas) e caiu na Vivian, que não a deixou em paz um segundo sequer. Com a Vivian era assim, ela não dava uma trégua. Não passou dois dias e fugiu novamente, mas até que gostou, de longe.

Nostálgica de Guilherme, nostálgica de Danielle, ainda assim queria uma labareda na qual já não houvesse se queimado, uma umidade em que não tivesse escorregado. Pensou rapidamente, tentou se lembrar de todas as querelas anteriores que um dia acalentou, até ter o insight! Não, o que lhe convinha, agora e não depois, seria um quadrinho do Johandson! Ela queria o colorido de sua caricatura estampada qual espelho, precisava se ver de longe e de perto e entender-se eternamente, pois só nos traços de um desenho conseguiria levitar. O que Alice agora almejava era a rapidez e a graça boba, o pinote pintado. Queria mais de setenta curtis e uns quinze compartilhamentos.

(Essa postagem é de Johandson, é de Danielle Schlossarek e é também de Guilherme Preger.)

2 comentários:

Dani disse...

Adorei a nossa Alice experimentadora! Será o destino de todas as Alices, experimentar novos mundos! Gostei demais, Vi! Saudades!

johandson disse...

também adorei a alice experimentadora