segunda-feira, 1 de junho de 2015

Crítica teatral: 2 x 2 = 5 O Homem do Subsolo


Tudo começa estranho. Sorrateiro. Nebuloso. A plateia vai entrando no teatro do Espaço Sesc, descendo a rampa que dá acesso ao teatro de arena, em Copacabana, tentando enxergar o caminho à frente, mas a nuvem de um subsolo lôbrego já nos insere em um clima curioso, que se encaixa como luva na proposta da peça. Não há instalação melhor para o texto que iremos acompanhar e para os desvarios desse homem do subsolo. No centro do palco, lá está ele e sua barriga imensa, deitado sobre a mesa, resfolegando, esse homem que não hesitará em nos olhar nos olhos, nos apontar as miudezas que queremos deixar de lado e que vai descascar, minuciosamente, as camadas que nos fazem pessoas de bem, ou de bom gosto, ou de bom senso, para chegar enfim a algum âmago perturbador. É assim o início da peça 2×2=5: O Homem do Subsolo, de Memórias do Subsolo, texto igualmente lôbrego desse russo que nos encanta e nos assusta, esse Fiódor M. Dostoiévski.

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