domingo, 16 de novembro de 2008

Um mês e meio - parte 1

Faltava assim certinho um mês e meio - um-mês-e-mei-o! - para que o ano acabasse e Beatriz andava assim com a pulga atrás da orelha com piercings e brincos, desconfiadíssima, é verdade, de que o ano que vem ia ser muito bom. E aí deu-lhe na telha da cabeça, da casa, do ofício, fazer um mapa astral. Inaugurar sua presença nesse campo das perspectivas de mundo. Ela sempre rejeitara esse tipo de atividade, que achava que mapa astral dá de criar o destino que nunca jamais em tempo algum - nun-ca-ja-mais-em-tem-po-al-gum! - existiu.
- Ô, Luísa, destino não existe. Esses mapas aí fazem com que a gente faça aquilo mesmo que o astrólogo disse que ia acontecer. Não é que tava lá já, entendeu, não é isso. Não se trata disso. O que acontece é que a gente ouve aquilo lá e cisma, cisma mesmo!, e aí vai fazendo tudo o que tava dito que ia acontecer. Sacou?
Mas a Luísa achava que não e volta e meia fazia um mapa astral, tentando convencer a amiga de que devia fazer um também, sinastria, revolução solar, mil nomes que não interessavam tanto assim à Beatriz.

Não interessavam tanto até o dia em que ela passou a cismar que o ano que vem traria muita coisa boa. E ela ia correr atrás disso para tirar a dúvida...

(Continua)

3 comentários:

Anônimo disse...

vivian, muuuuuuito bom! te considero um gênio, e uma escritora nata. vc vai looooonge.

Anônimo disse...

seu trabalho é ótimo! sempre venho aqui pra me deliciar com seus textos.

Morgana disse...

Oba, vai ter continuação.

Ah, desculpe a demora em responder. Já fui no blog sim, foi o Johandson que me passou o seu Palavras Invadem. Gostei muito da ansiedade que você passa nos seus textos.