Indecisa ao absurdo. Ainda bem que não sou de libra, se fosse, não daria um passo. A cada gesto, uma indecisão coagulante. Congelante. Me bastam, até aqui, os sofrimentos típicos de canceriana. O mote da indecisão agora é se fico com o narrador de primeira pessoa ou de terceira. Nesse combate narrativo que não encontra vencedor, eu vinha escrevendo em terceira pessoa as cinquenta páginas dessa que já é a terceira versão. Agora resolvi mudar, mas não me resolvo. Então faço um capítulo por vez, vou reescrevendo e colocando o 'eu', devagar. Releio, penso, tomo um café, volto, salvo um novo arquivo da narrativa paralela. Se eu fosse libriana, nem sei o que seria de mim. Mas aos pouquinhos vou no ensaio e erro, como se fosse, essa escrita que não tem fim, questão de doze passos, um dia de cada vez, um capítulo também.
sábado, 23 de novembro de 2013
Primeira pessoa
Indecisa ao absurdo. Ainda bem que não sou de libra, se fosse, não daria um passo. A cada gesto, uma indecisão coagulante. Congelante. Me bastam, até aqui, os sofrimentos típicos de canceriana. O mote da indecisão agora é se fico com o narrador de primeira pessoa ou de terceira. Nesse combate narrativo que não encontra vencedor, eu vinha escrevendo em terceira pessoa as cinquenta páginas dessa que já é a terceira versão. Agora resolvi mudar, mas não me resolvo. Então faço um capítulo por vez, vou reescrevendo e colocando o 'eu', devagar. Releio, penso, tomo um café, volto, salvo um novo arquivo da narrativa paralela. Se eu fosse libriana, nem sei o que seria de mim. Mas aos pouquinhos vou no ensaio e erro, como se fosse, essa escrita que não tem fim, questão de doze passos, um dia de cada vez, um capítulo também.
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