sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
eu, tu, eles, nós, vós
Desculpe qualquer coisa. Mas quando os supostos vândalos (eu, tu, ele, nós, vós) foram às ruas, em 2013, algo começou a mudar. Os supostos vândalos (eu, tu, ele, nós, vós), aqueles que se defendiam de uma força militar gratuita e esdrúxula e problematizavam em seus clamores os 20 centavos que não são apenas 20 (é só multiplicar por todas as idas e voltas que se faz na vida e todas as outras contas e impostos e tudo o que não se tem etc), quando os supostos vândalos (eu, tu, eles, nós, vós) gritaram e eram muitos, os verdadeiros vândalos (eles, somente eles) temeram, recuaram, fizeram pronunciamentos etc. Mas deram um jeitinho bem brasileiro de reprimir os supostos vândalos (eu, tu, eles, nós, vós) e calá-los, usando a mídia e a lei. E agora eu continuo andando no 638 quente por absurdos 3,40, no metrô podre e lotado, no trem sinistro, continuo sem poder usar dignamente o SUS (apesar de ter trabalhado no SUS por quase dez anos) e continuo levando facadas mensais do plano de saúde, continuo com medo da falta de água e tantas outras coisas, ao passo que os inquestionáveis vândalos (eles, exclusivamente eles) votam leis e aumentos de salário de interesse apenas deles, os vândalos que, nesse caso sim, se deve temer e muito.
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