As caixas chegaram
As
caixas chegaram. Duas horas embalando livros. Livros, documentos,
poucas revistas. Sete caixas. Faltam outras. Ainda tem as louças. Ainda
bem que não tem armários e a televisão fica pra trás. Ainda bem que não
tem cama, mas tem colchão. A bateria praticável ainda é uma incógnita no
meu futuro. Amanhã todos os nossos pertences, meus e de Jow,
todos eles, vão sair da Glória, atravessar a Lapa e chegar na Tijuca.
Meus tempos gloriosos vão ficando pra trás, mas vêm vindo (torço, torço)
meus tempos Valparadisíacos. Deve ser um upgrade (torço, torço). De
qualquer modo, adorei o chorinho, adorei a pizza do chico (que já
conhecia, mas que ficou a uma ladeira de mim), adorei o samba da feira,
cuja aleatoriedade não nos permite acompanhá-lo, adorei o Aterro logo
ali, adorei a vizinhança do Gui, adorei poder ir a pé pra Lapa, adorei o Triboz, adorei comer saladinhas e árabes com a Luísa no Gregora, adorei as visitas da Dani,
adorei o Taberna, adorei o carnaval a poucos metros, adorei todas as
figuras que transitam pela minha rua e mais ainda saber a hora cheia com
os sinos da Igreja, que eu não frequento mas que é linda, isso é.
Adorei a iluminação verde do Templo Positivista, cujos porões já conheci
muito antes. A nostalgia só não me domina mais porque, enfim, tem as
caixas. Elas chegaram. Estão à espera. Exigem mãos à obra.
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