De braços abertos, o pensamento é volátil
Armário
montado. Roupas dentro. Cinco valises eliminadas do quarto. Uma caixa
enorme na lixeira. Mil outros lixinhos em seus devidos lugares. Espaço
se abrindo na casa. Sol e vento no primeiro dia de maio. O ar circula, o
pensamento é volátil. Feriado. Hora de acordar: qualquer coisa depois
das dez, dez e meia. Roupa lavada. Roupa secando. Comidinha da mamãe. Um
alô para os três gatinhos. Novos objetos
encontrados, guardados, remanejados. Casa varrida. Limpeza, oxigenação.
Mais espaço nos meus pulmões. Inspiro. Expiro. Gosto de certos vazios. O
ar descarrega a mente, deposita-a em outras paragens. Nada como um
primeiro de maio com armário novinho em folha e espaço para girar, de
braços abertos, no quarto. Sorrio.
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