Ele foi para outra cidade, produziu família e alunos, mas ainda falava com pássaros.
Ele rodopiava em filosofias, matemáticas, notas musicais, e era o mesmo, era o mesmo, ainda que fosse um punhado de diversos outros.
Ela foi para outra cidade, produziu matriarcado e carreira, criou um chão por onde caminhar (às vezes eu caminhava junto).
Ele voltou a ser louco, depois de ir embora, e já não se ouvia sua bateria.
Ela foi para outro país, produziu um inglês fluente, dava notícias aqui e ali.
Ela sumiu por 20 anos, trazia agora histórias tristes: tromboses, sustos, remédios.
Ele viajou sem volta, porque voltar era definitivo demais para ele.
Ele estava aqui, mas era outro, era outro, e não se via mais o mesmo.
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